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Inspiração é tímida:
raramente, abraça o artista no meio da multidão e tem vergonha de aparecer em
público, mas quando aparece, exprime, geralmente, algumas palavras, querendo
namorar em um canto privado.
Certa vez, ela surgiu para
mim quando eu estava na rua com Insônia, deixou-me uma
mensagem curta e desapareceu repentinamente. Fiquei tão excitado com a mensagem
que esqueci de Insônia e fui para minha casa para encontrar a outra.
Assim que cheguei, tirei a
camisa e fiquei na cama à vontade, mas ansioso
esperando-a. Eu estava louco para fazer um poema com Inspiração, a qual não
aparecia nem dava sinal de divindade. Como eu torcia, pensava e rezava para ela
aparecer.
Após algum tempo, escutei
um recado de Poesia - mão de Inspiração: - Você está suado, estressado,
ansioso, fede e tem cheiro de Insônia. Minha filha ficou zangada no momento em
que te viu com Insônia, mas te ama e voltará para suas mãos depois que você tomar
banho e descansar.
Após Poesia resmungar, partiu-se. Fui tomar
banho, e em seguida, dormi. Horas depois, acordei em virtude do afago de
Inspiração, que me mexia, fez amor comigo e foi-se deixando saudades.
A nossa relação gerou um
fruto - uma prosa. Eu estava desejando um poema, no entanto, veio esta prosa, que
amo como amaria o poema.
Hei! Dá para cuidares de
minha prosa? É que já, já, meu coração
se partirá. Cuida bem de ela, que não tem nome ainda. Por favor, dá-lhe um
nome. Apesar de ser recém nascida, não chora em virtude de estar sendo
acarinhada por tuas palmas e olhos. A frauda de que ela mais gosta é de papel.
Ah...! deixa-a ninar no berço de teu coração, que balança!
Ruilendis