"Vento Frio"
O vento se vela, vazio, vagando,
sente-se como um pássaro engaiolado
num universo glacial, sem comando.
Ficando pelos cantos, desencantado,
pára no colo do tempo, pranteando;
sem ninguém do lado, só! quer ser tocado.
De longe, vêem-se sinais de desatino.
O moinho sente o vento frio, nem triste,
nem alegre, sem veemência, que desiste
de voar e traçar um novo destino.
No instante em que vê uma ave que persiste,
todo santo dia, ficar cantando o hino
da alegria, o vento vive! violino,
tocando a ave presa, sendo seu alpiste.
Ruilendis