"Narciso e o Poema"
Ao ver a própria beleza interior
refletida no papel, Narciso chora
de emoção, e - por si mesmo - se enamora.
(Mais que perfeito! divino! encantador!
e... sem palavras! o poema esmerado
por Narciso, o qual mais parece ser fado,
pois todas as linhas laçam o leitor.
Qualquer um se perde diante dos versos,
todos rimados, métrica regular,
porém, fluentes, como as ondas do mar,
que Lidos ou Ouvidos, ficam submersos
pela tão essencial inspiração.)
Momentaneamente, torna-se insano.
Como o poema dá ares de oceano
profundo que cabe na palma da mão,
Narciso se afoga ao engolir o poema,
que logo ganha vida e da entranha rema
para viver tocando a ilha coração.
Ruilendis