"Na Floresta dos Anjos"
Na floresta dos anjos, neste instante,
Todos os seres respiram amor;
O Sol está feliz e radiante:
Por um instante, fica sem calor
Ao abraçar uma namorada sua
E que é chamada de charmosa Lua.
Do eclipse, vem a luz pra um casamento:
Lagartixas brancas vão se casar
E precisam de um iluminamento
Especial pra seus corpos no altar.
Este altar é a moradia dos anjos,
Que estão fazendo os primeiros arranjos.
Começam a chegar os convidados,
Praticamente todos da floresta.
Animais e Vegetais animados;
Harpas se preparam para seresta;
E Arcanjo conduzirá a cerimônia,
Embora, agora, esteja com Insônia.
O casal chega no pombo dourado,
Então, os sinos tocam: tlim, tlim, tlim...
Logo, todo mundo fica calado,
A noiva é levada por Querubim;
Feliz, pulando, o noivo só espera.
E Inverno dá lugar pra Primavera.
(Primavera está com a sua filha
Chamada Flores, que fica chorando
De emoção e por se sentir uma ilha.
Por estar sozinha, vive sonhando
Todos os dias com um namorado
Folhado a carinho, amor, dedicado...)
Para se chegar ao altar, são cem passos.
E a cada passo, todo o piso pisca.
No espaço, Estrelas ficam em pedaços:
É o pranto cintilante que chuvisca
Lentamente em forma de neves quentes,
Brilhando como as estrelas cadentes.
Já no altar, o casal está bem junto;
A Lagartixa fêmea está emotiva.
Eta! o macho mais parece defunto,
Desmaiou! Mas jogam nele Água-viva,
Que fazendo coscas, logo o desperta.
Bem sorridente, ele já está em alerta.
Arcanjo, tonto, já, já, vai cair,
Pois Insônia não sai da sua cola;
E todo mundo começa a sorrir
Discretamente. Mas o Sol assola
Insônia, que se desmanchando, parte
Na prancha voadora para Marte.
Bem atento agora, Arcanjo pergunta
Para ambos: Querem unir suas almas?
E o casal responde: Sim! E se junta,
Beija-se, enquanto todos batem palmas.
Harpas começam uma serenata
Que encanta e levanta todos na mata.
Lua e Sol jogam arroz no casal;
Anja joga picadinhos de nuvem,
Assobia e faz sinal de legal.
E antes do casal embarcar no trem,
Lagartixa fêmea joga a grinalda
Feita de amores com a sua calda.
A grinalda cai nos braços de Flores,
Que, agora, somente vive contente,
Pois, Terra, Água e Ar são seus paqueradores.
E as Lagartixas são eternamente
Um casal feliz na lua de mel,
Amando-se no trem, que é carrossel.
Ruilendis