"O meu Ardor"
Quando nossas bocas se cruzaram, nasceu
Em meu peito esta luz: Este meu ardor
(Por ti), que tem vida, é um filho, um bebê meu
Chorando: almejando sentir o calor
Do teu balanço e a doçura do teu peito.
Tu vais amamentá-lo, deixar crescer,
Virar amor ou deixarás morrer
De fome? Pra que cresça perfeito,
Precisamos de teu peito.
Embora, seja recém nascido,
Vive chamando o teu nome:
Rosinha, Rosinha, Rosinha...
Se por tua causa, ele morrer de fome,
Darei à luz a uma treva. E essa minha
Treva será também balançada, mas por um peito partido.
Não sintas pena de mim jamais,
Pois, toda treva minha logo se parte,
És substituível e almejarei outra companhia.
Só a crítica da morte será capaz
De dar um ponto final na minha arte
De dar à luz a ardor um dia.
Ruilendis