"A Mata"


Forçada pela ambição do humano,
A mata, que era nua, inocente,
Poética, mudou completamente
Que nem o seu distante parente,
O índio. Ela, agora, é cidade.

Já anda bem vestida com pano
De luz; está hipócrita, infeliz.
Enfeitada de leis, seu juiz
Já pode ser comprado. A raiz
Que mais aumenta é a desigualdade.

E está doente: seu cotidiano,
Seu coração, está estressado;
Pela fumaça, pulmão domado;
Já sofre com o ar contaminado;
Mas o humano é a pior enfermidade.


Ruilendis