"Maré Morta"


Quem o viu, hoje, ninguém mais o vê,
Aquele salgado, mas mole mangue
Com o solo da cor do anoitecer.

Maré morta dá lugar ao azulejo;
A ganância do homem sugou seu sangue;
No fundo da cova, está caranguejo.

Flora e fauna, vítimas de matança;
Lama enterrada pela areia dura;
Do mangue, somente resta lembrança.

Pés de hoje não mais cairão na lama
Que, um dia, já foi palco de aventura
Onde se atolar era um feliz drama.


Ruilendis