"Gaivota Poética"


Gaivota replena de lástima na Praia,
Ilhada pelo próprio pranto, lacrimando,
Só! contemplando a felicidade voando;
Em si, deseja ardentemente que o Céu caia.

(Escreve: Deusa dos mares, serei cobaia
Do Mar, experimentando o veneno brando,
Salgado, que jorra das íris fatais, dando
Minha carne como oferenda a sua Raia.)

No relento, bem diante da Lua cheia,
Arranca de si a pena que traça na Areia
Os versos líricos que invocam um alguém.

E a Onda porta o Poema pra profundidade,
Que alimenta a caça de sensibilidade:
Peixes pulam chorando para ser seu bem.


Ruilendis