"Festa da Harmonia"


Flechado por um cupido,
Violão vive fervido;
Cheio de paixão nas cordas,
Amor encantando as bordas,
Mãos e dedos já se inspiram,
As melodias suspiram,
Logo, ares se sonorizam.

Sinta a brisa musical
Formada por um coral:
Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
Que brincam de siriri:
Dança de roda infantil,
Dando as mãos, ficam a mil,
Como um disco de vinil.

Notas musicais na sala,
Aí, todo mundo embala;
Insetos caem na dança,
Contagiando criança;
Na bateria, sapato;
Olha a alegria de gato,
Que se aliança com rato.

Som passando ferro em pano,
Fantasma toca piano.
Na toca, agita formiga;
Bexiga sabe cantiga,
E alfinete se apaixona:
Versos caem em sanfona,
Formando uma grande zona.

Dá para ver o som no ar,
Silêncio passa a dançar;
Poeira logo levanta,
Balança caule de planta;
Preguiça sai da frieza;
Brinquedos brincam na mesa;
No jato, vai-se tristeza.

Livros se abrem sobre estante,
Letra fica rebolante;
Pedras se atritam, faísca,
Acende abajur, que pisca;
Parece uma discoteca;
Peteca canta boneca,
Que ficava na soneca.

Aqui, todos dão as mãos
Como se fossem irmãos;
Respeitando as diferenças,
Espantam as desavenças.
Como queria alegria,
Numa coreografia,
Só vivem em harmonia.


Ruilendis